Logo da Cintya melo

Cintya Melo
Terapeuta Ocupacional

O blog da Família Atípica

6 de junho • 2 min de leitura

Pós Crise Sensorial no Autista: 6 Atitudes que fazem a diferença

Atualizado: 23 de jun.

Compartilhar
Criança de fone em uma festa junina

As crises sensoriais fazem parte da vivência de muitas crianças autistas e podem ser momentos intensos tanto para a criança quanto para quem está ao redor. Elas não são birras ou comportamentos desafiadores, mas sim uma resposta neurológica a uma sobrecarga sensorial — sons, luzes, cheiros, toques ou emoções que o cérebro da criança não conseguiu processar naquele momento.

Depois que a crise passa, o cuidado continua. E é justamente nesse momento que algumas atitudes podem fazer toda a diferença para o bem-estar da criança e para o preparo de todos para situações futuras.


1. Mantenha a calma — sua tranquilidade é o primeiro passo

Respire fundo. Seu estado emocional influencia diretamente o ambiente ao redor da criança. É natural sentir-se angustiado ou cansado após uma crise, mas demonstrar calma e segurança ajuda a criança a se sentir protegida. Lembre-se: ela não escolheu passar por isso.


2. Ofereça um ambiente seguro e tranquilo

Depois da crise, a criança precisa de um espaço calmo, silencioso e previsível para se recuperar. Evite estímulos visuais ou sonoros intensos. Um cantinho com pouca luz, um cobertor macio ou até um fone abafador pode ajudar nesse momento. Respeite o tempo dela — algumas crianças preferem ficar sozinhas, outras precisam de contato físico suave ou palavras de conforto.


3. Evite perguntas ou repreensões imediatas

Logo após a crise, o cérebro da criança ainda está em processo de regulação. Evite questionar o que aconteceu ou repreender qualquer comportamento. Esse não é o momento para conversas complexas — o foco deve ser no acolhimento e na recuperação emocional.


4. Observe e registre

Quando a situação já estiver mais tranquila, observe o que pode ter desencadeado a crise. Havia muito barulho? Muita gente? Alguma mudança inesperada na rotina? Identificar os gatilhos é essencial para criar estratégias preventivas. Manter um diário com anotações simples pode ajudar a perceber padrões e agir com mais assertividade no futuro.


5. Planeje estratégias para o futuro

A partir da análise da crise, converse com terapeutas, educadores ou outros profissionais que acompanham a criança. Juntos, é possível construir ferramentas de prevenção: mudanças no ambiente, uso de recursos visuais, sinalizações antecipadas, pausas sensoriais e muito mais.


6. Cuide de você também

Cuidar de uma criança autista exige sensibilidade, presença e muito amor — mas também exige que o cuidador esteja bem. Após uma crise, permita-se respirar, descansar e, se possível, conversar com alguém sobre o que aconteceu. Seu equilíbrio emocional é essencial para seguir cuidando com empatia.


Lembre-se: cada criança autista é única. O que funciona para uma pode não funcionar para outra. O mais importante é acolher, observar e construir um caminho de compreensão e respeito.

Você já passou por isso? Tem alguma estratégia que funcionou com seu filho ou filha?

Posts recentes

Criança com dificuldade em estudar

TDAH - Desmistifcando mitos que prejudicam a família

Mãe conversando com sua filha

Como a criança aprende a ser respeitosa e gentil: Um guia...

Criança chamando o professor

Por trás de um diagnóstico: a jornada da família atípica