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Cintya Melo
Terapeuta Ocupacional

O blog da Família Atípica

11 de agosto • 2 min de leitura

TDAH - Desmistificando Mitos que Prejudicam a Família

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Imagem do artigo de TDAH

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos temas mais comentados — e também mais mal compreendidos — quando se trata de desenvolvimento infantil. Infelizmente, muitos mitos ainda circulam por aí, gerando julgamentos injustos, atrasos no diagnóstico e sofrimento para crianças e famílias que só querem compreensão e apoio. Vamos esclarecer cinco dos mitos mais comuns sobre o TDAH e mostrar por que é tão importante olhar para esse transtorno com empatia e informação.

Mito 1 : "Toda criança com TDAH é agitada"

Verdade: Nem toda criança com TDAH apresenta hiperatividade. Existem diferentes tipos de TDAH: Predominantemente desatento: a criança parece “no mundo da lua”, tem dificuldade de concentração, esquece tarefas. Predominantemente hiperativo-impulsivo: mais agitada, impulsiva, com dificuldade de esperar ou controlar emoções. Combinado: mistura dos dois. Ou seja, uma criança quieta, introspectiva e distraída também pode ter TDAH — e muitas vezes passa despercebida justamente por não se encaixar no estereótipo da agitação.

Mito 2 : "É só falta de limites dos pais"

Verdade: O TDAH é um transtorno neurobiológico, com base genética e alterações em áreas do cérebro ligadas à atenção, ao controle de impulsos e à regulação emocional. Não é causado por “falta de educação” ou “pais permissivos”. Claro que a forma como os pais lidam com o comportamento da criança pode influenciar o desenvolvimento emocional, mas isso não significa que o transtorno seja fruto da criação. Culpar os pais só gera mais sofrimento e atrasa o apoio necessário.

Mito 3 : "É uma desculpa para o mau comportamento"

Verdade: Crianças com TDAH não estão “fazendo cena” ou “querendo chamar atenção”. Elas enfrentam desafios reais para controlar impulsos, manter o foco e lidar com frustrações. O comportamento difícil muitas vezes é um reflexo da sobrecarga emocional e da dificuldade de se adaptar a ambientes que exigem concentração e autocontrole. Com apoio adequado, essas crianças podem desenvolver estratégias para lidar com suas dificuldades e florescer em seus talentos.

Mito 4 : "Isso passa com o tempo"

Verdade: O TDAH não é uma fase. Embora os sintomas possam mudar com a idade, o transtorno pode acompanhar a pessoa na adolescência e na vida adulta. Muitos adultos com TDAH relatam dificuldades em organização, gestão do tempo e impulsividade — especialmente se não foram diagnosticados na infância. O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado fazem toda a diferença para que a criança aprenda a lidar com seus desafios desde cedo.

Mito 5 :"Remédio transforma a criança"

Verdade: O tratamento medicamentoso, quando indicado por um profissional, não transforma a criança em “um robô” ou “alguém sem personalidade”. Pelo contrário: ele pode ajudar a reduzir os sintomas que atrapalham o aprendizado e a convivência, permitindo que a criança se expresse com mais equilíbrio e desenvolva seu potencial. Além disso, o tratamento ideal é sempre multidisciplinar — envolve psicólogos, pedagogos, médicos, terapeuta ocupacional e, claro, a família. Informação é acolhimento Desmistificar o TDAH é um passo essencial para construir uma sociedade mais empática, onde crianças não sejam rotuladas injustamente e pais não carreguem culpas indevidas. O conhecimento liberta, acolhe e transforma. Se você convive com uma criança com TDAH, lembre-se: ela não precisa de julgamento, precisa de compreensão. E você não está sozinho nessa jornada.

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