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Cintya Melo
Terapeuta Ocupacional

O blog da Família Atípica

6 de junho • 3 min de leitura

Sinais de Crise na Criança Autista: Como Identificar e Intervir com Empatia.

Atualizado: 7 de jun.

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As crises no autismo, muitas vezes incompreendidas, não acontecem de forma repentina. Elas costumam dar sinais prévios — e saber identificá-los pode fazer toda a diferença no bem-estar da criança. Compreender esses sinais é um passo essencial para prevenir agravamentos e desenvolver estratégias de apoio e autorregulação.

Antes de uma crise, a criança autista pode apresentar indícios claros de sobrecarga sensorial ou emocional, como o aumento de comportamentos repetitivos (estereotipias), sudorese intensa e mudanças expressivas no rosto — como tensão, inquietação ou olhar fixo. Esses sinais são formas do corpo e da mente indicarem que algo não está bem.

Quando falamos sobre crises no Transtorno do Espectro Autista (TEA), muitas famílias acreditam que elas surgem de forma repentina e imprevisível. No entanto, a realidade é que toda crise dá sinais antes de acontecer. Reconhecê-los é fundamental para prevenir o agravamento da situação e promover estratégias que ajudem a criança a se autorregular.

Criança incomodada com o barulho na sala de aula

O que é uma crise no autismo?

A crise é uma resposta comportamental intensa que surge diante de uma sobrecarga sensorial, emocional ou cognitiva. Pode incluir choro, gritos, agressividade (consigo ou com os outros), correr sem direção ou até mesmo paralisar. Essas manifestações não são birras nem desobediência: são sinais de que a criança chegou ao limite daquilo que consegue suportar naquele momento.


A crise dá sinais: fique atento aos avisos do corpo e do comportamento


Antes da crise, o corpo e o comportamento da criança enviam sinais importantes, como:

• Aumento das estereotipias (movimentos repetitivos, como balançar o corpo, bater as mãos, girar objetos);

• Sudorese intensa, mesmo em ambientes frescos;

• Mudanças na expressão facial, como tensão no rosto, franzir da testa ou olhar mais fixo;

• Comportamento de fuga ou evitação, como querer se afastar de um ambiente ou cobrir os ouvidos e olhos;

• Aumento na sensibilidade sensorial (sons, luzes ou toques que antes eram tolerados passam a incomodar).

Esses são sinais de alerta precoce. Ao notá-los, é hora de agir com calma e empatia.


Intervenção precoce: prevenir é acolher


Reconhecer esses sinais permite que os responsáveis ou educadores intervenham antes que a crise se instale. Algumas estratégias que ajudam:

• Reduzir estímulos sensoriais(como barulho e luz forte);

• Oferecer um espaço seguro e silencioso para que a criança se acalme;

• Utilizar técnicas de respiração e relaxamento apropriadas para a idade e nivel de compreensão;

• Dar opções de comunicação não verbal, como imagens ou gestos, se a criança estiver com dificuldade de se expressar verbalmente.

Essa intervenção não só evita a piora da crise, como também ajuda a criança a entender seus próprios limites e a desenvolver estratégias de autorregulação a longo prazo.


Cada criança é única — e seu processo também


Vale lembrar que os sinais podem variar de criança para criança. Por isso, é importante observar com atenção o comportamento específico do seu filho, identificando padrões que precedem momentos de desregulação. Com o tempo, essa observação se transforma em um poderoso recurso de prevenção e cuidado.

✨ Você já percebeu esses sinais no seu filho? Quais estratégias funcionam melhor para ajudá-lo a se acalmar?

Compartilhar suas experiências pode ser uma forma poderosa de fortalecer redes de apoio e trocar aprendizados com outras famílias!

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